Emissoras de TV vão perdendo o reinado

19 de Fevereiro de 2017. Os dois principais times de futebol do Paraná, o Atlético Paranaense e o Coritiba, celebram um acordo para transmissão de uma partida, ao vivo, via YouTube e FACEBOOK. Algo inovador para os padrões brasileiros. Algo impensado pelos demais clubes e o terror para o monopólio televisivo da Rede Globo. Na arquibancada do maior clássico paranaense, 20.000 torcedores.

Mas o jogo não foi realizado. E, pasmem! As torcidas não se revoltaram, não pediram devolução dos valores pagos pelo ingresso. As informações que explicaram o atraso no início da partida vieram pelos meios digitais muito mais do que pelos autofalantes do estádio ou pelas rádios (ambas têm baixa audiência até mesmo para os torcedores presentes ao jogo!).

Os clubes se recusaram a celebrar a exclusividade dos direitos de transmissão de seus jogos com a TV Globo pois a emissora havia apresentado proposta de pagamento de direitos de imagem e transmissão com cerca de 50% de desconto do valor praticado no campeonato anterior, de 2016. Daí a busca de alternativa de transmissão.

A mão pesada para a proibição da transmissão foi da Federação Paranaense de Futebol. Mão pesada, mas ilegal pois os clubes garantiram o direito de celebrar a transmissão, realizando um novo jogo no dia 1º de Março, quarta-feira de cinzas. Audiência via Internet? 170.000 internautas.

O resultado? Do placar, pouco importa (foi 2 a 0 para o Atlético-PR). Relevante foram as entrelinhas da notícia. Os torcedores sabem o quanto o monopólio da TV é prejudicial para os clubes e o quanto desrespeita o torcedor (obrigando que os jogos tenham o horário ajustado para “depois da novela” ou no pior momento do “Faustão”…).

Os clubes sabem que a transmissão via TV está com audiência em forte queda (todas as TVs sofrem essa queda de audiência e faturamento), assim como sabem que as transmissões de TV regionalizam seus times, impedindo a formação de torcedores nacionais dos clubes – característica que faz dos times europeus marcas mundiais, mas limita os clubes brasileiros aos ditames da estratégia comercial de uma emissora de TV. Sim, pois é certo que desses 170.000 internautas vários deles poderiam ser torcedores paranaenses morando na Suécia, Japão ou Canadá. Alguns deles poderiam ser “olheiros” ou empresários de clubes de toda parte do mundo. Milhares, certamente, são torcedores sem condições financeiras para presenciar, ao vivo, do estádio. Aqueles 20.000 torcedores que compareceram ao estádio se solidarizaram com seus clubes. Os jogadores se misturaram no centro do campo e, de mãos dadas, prestaram uma homenagem aos torcedores e protestaram contra a decisão da suspensão da partida.

Outro aspecto salutar é a transparência dos números oferecidos pela transmissão via Internet – coisa que a TV guarda apenas para estratégias comerciais próprias. A internet permite parametrizar a audiência, permite a interação, gera “chats” diversos, identifica a origem da audiência e uma transparência que pode – e deve – ser usada pelos clubes para fidelizar o torcedor, gerar receitas, promover sua Marca e fortalecer suas estratégias no mercado.

Essa é a mesma experiência oferecida aos que sabem fazer uso da Internet para a geração e o fortalecimento de suas Marcas, pessoais e políticas.

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